E às vezes a noite dura todo o dia
e às vezes o leite fica à porta:
não importa que cresça a manhã fria,
não importa que a casa esteja morta.
Demorou já demais nossa estadia
e nós com os sapatos por atar.
Enrolados nos panos, no que havia,
temos o corpo pronto para andar.
Não importa que cresça a morte fria
nem que o leite coalhe junto à porta.
Alguém dará sentido a este dia,
seu brilho irá durar numa mão morta.
A história de uma vida pouco é mais
do que a História que lemos nos jornais.
e às vezes o leite fica à porta:
não importa que cresça a manhã fria,
não importa que a casa esteja morta.
Demorou já demais nossa estadia
e nós com os sapatos por atar.
Enrolados nos panos, no que havia,
temos o corpo pronto para andar.
Não importa que cresça a morte fria
nem que o leite coalhe junto à porta.
Alguém dará sentido a este dia,
seu brilho irá durar numa mão morta.
A história de uma vida pouco é mais
do que a História que lemos nos jornais.
é bonito soneto, com ritmo, rima, conteudo. sinto-o amargo, se pessimista ou optimista não sei bem.
ReplyDeletemas a vida é outra coisa e não importa que os sapatos estejam por atar, calculo portanto que os jornais tambem ficaram para trás.
Meu caro Alcipe
ReplyDeleteComo diz Patrício Branco "sinto-o" amargo. Se pensar um bocadinho, só um bocadinho, calcula como eu me sentirei...
Você define o seu perfil dizendo que é casado e tem quatro filhos. Pelo menos cinco pessoas precisam da sua força. E não falo, já, dos amigos!
Embora às vezes os que estão mais perto de mim não me acreditem, a verdade é que penso sempre nos outros. Nos que precisam de mim, com infinito amor. Nos que gostam de mim, olha, porque lhes deu para isso! Nos que me estimam, bom, fosse lá por que extravagância fosse.
ReplyDeleteMas nos cuidados dos outros também cuido. Eu calculo como se sente, sim. E calculo como muita gente de bem se sente. E sofro com eles.
Já dos pulhas, só a ler o jornal os concebo e imagino!
a) Alcipe
Por existirem Poetas...
ReplyDeletePor existirem poetas, estamos a salvo
das luzes da ribalta que não nos fazem falta
dos falsos profetas que nos fazem de alvo escárnio frio, vampiros, em noite alta...
por existirem poetas, estamos seguros
das afrontas do medo, ditaduras segredo,
ó palavras levianas vagueiam sem muros
dos limiares de pobreza jús do degredo
Por existirem poetas, já nem estamos sós
Albergam sua alma de justiça sedenta
na decência da liberdade de todos nós
que humilde sabe, que sede não aguenta
o roubo dos direitos que os falsos profetas
não tiram ao Povo...Por existirem Poetas...