O Museu Egípcio do Cairo foi protegido do saque pelo Exército, mas antes disso "pela própria população", diz orgulhosamente um responsável do Museu.
Em 2003, em Bagdad, as tropas norte-americanas deixaram saquear à vontade o Museu...
Os faraós foram mais afortunados do que Babilónia.
Por outro lado, neste momento, o único a falar grosso ao Mubarak é o Obama (o que se está a negociar por detrás veremos um dia nos Wikileaks). Seja "lip service" ou não, tem significado e efeitos políticos. Já a declaração Cameron - Merkel - Sarkozy é algo descafeinada...
Entretanto, em Lahore, milhares de pessoas manifestam a favor da lei que proíbe a blasfémia...
Sunday, January 30, 2011
Chegadas
A chegada a Budapeste, em 2003 : na casa meio vazia seguíamos apaixonadamente a preparação da guerra do Iraque e o "grande cisma do Ocidente" (o discurso de Villepin na ONU, lembram-se? e a "nova Europa" do Rumsfeld, recordam-se? e as manifestações por todas as capitais do mundo, não esqueceram?) que dividia a chamada "comunidade transatlântica". Seguíamos o mundo pela televisão dentro de uma casa ainda por ocupar, com uma família empolgada pela História que se estava a fazer.
A chegada a Paris, em 2011 : na casa meio vazia seguimos interessadamente a "revolução árabe", com o filho, que veio de Bruxelas ao fim de semana (e os outros filhos espalhados pelo mundo), entusiasmadamente contra os ditadores e nós os dois a pensar no fundo "em que é que isto irá dar?". A "comunidade transatlântica" perdeu o pio e só o Obama se faz ainda ouvir. Seguimos o mundo pela televisão dentro de uma casa ainda por ocupar, com o sentimento de que a História se está a fazer noutro lado...
A chegada a Paris, em 2011 : na casa meio vazia seguimos interessadamente a "revolução árabe", com o filho, que veio de Bruxelas ao fim de semana (e os outros filhos espalhados pelo mundo), entusiasmadamente contra os ditadores e nós os dois a pensar no fundo "em que é que isto irá dar?". A "comunidade transatlântica" perdeu o pio e só o Obama se faz ainda ouvir. Seguimos o mundo pela televisão dentro de uma casa ainda por ocupar, com o sentimento de que a História se está a fazer noutro lado...
Saturday, January 29, 2011
Sunday, January 23, 2011
Thursday, January 20, 2011
Uma prioridade para a nossa diplomacia
A família continua a queixar-se da falta de apoio das autoridades portuguesas e norte-americanas, nomeadamente ao nível da informação, e prepara-se para avançar com uma iniciativa que visa arrecadar fundos para ajudar a pagar a defesa do jovem modelo. "Provavelmente no fim-de-semana, vamos anunciar a solução para conseguir algum apoio", refere o cunhado de Renato, que garante que a defesa do modelo "fica muito cara". Sem saber avançar um montante total, José Malta precisa que no consulado português os informaram de que só um tradutor custa cerca de 100 euros a hora.
(PUBLICO)
Não têm vergonha?
(PUBLICO)
Não têm vergonha?
Monday, January 17, 2011
Saturday, January 15, 2011
Friday, January 14, 2011
Aliança das Civilizações
No Paquistão, um governador que ousou defender uma cristã, acusada de "blasfémia", condenada à morte por um tribunal islâmico, foi assassinado. O assassino foi coberto de flores por manifestantes islâmicos, nenhum governante ousou ir ao funeral da vítima, que todos os clérigos muçulmanos se recusaram a abençoar, e centenas de advogados se ofereceram já para defender gratuitamente o assassino.
Em Portugal, a população de Cantanhede manifestou-se em defesa de um jovem modelo, que assassinou, com requintes de crueldade, o seu parceiro homossexual.
Aliança de Civilizações!
Em Portugal, a população de Cantanhede manifestou-se em defesa de um jovem modelo, que assassinou, com requintes de crueldade, o seu parceiro homossexual.
Aliança de Civilizações!
Thursday, January 13, 2011
Paul Krugman
Sou leitor do blog de Paul Krugman.
O que ele considera "fiasco" não é o resultado obtido pelos títulos portugueses no leilão da dívida : o que ele considera fiasco e caminho para o abismo é a estratégia recessiva que a Alemanha está a impôr à Europa.
Quem considera essa estratégia a certa (e é toda a opinião publicada) só pode considerar os resultados do leilão como um sucesso.
Mesmo que isso lhes custe muito...
O que ele considera "fiasco" não é o resultado obtido pelos títulos portugueses no leilão da dívida : o que ele considera fiasco e caminho para o abismo é a estratégia recessiva que a Alemanha está a impôr à Europa.
Quem considera essa estratégia a certa (e é toda a opinião publicada) só pode considerar os resultados do leilão como um sucesso.
Mesmo que isso lhes custe muito...
Tuesday, January 11, 2011
Jornalismo adversativo
Português perdeu a votação entre os seleccionadores, empatou entre os jornalistas, mas foi o grande vencedor na gala em Zurique
(PUBLICO)
PUBLICO : campeão do jornalismo adversativo
(PUBLICO)
PUBLICO : campeão do jornalismo adversativo
Sunday, January 9, 2011
Mudança (2)
Esperando que no Ministério não leiam este blog, não deixo de confessar que a atenção com que seguia a questão da formação de um novo estado federado no Telengana, as dissensões no partido Trinamul ou o escândalo à volta da demissão do ministro Raja tem diminuído um pouco ultimamente. A minha leitura dos jornais desviou-se para outros temas políticos.
"A Katrina Kaif deixou o Salman Khan?" pergunto, ao pequeno almoço, face ao "Hindustan Times".
"Há que tempos!" responde a minha Mulher, sempre mais atenta ao real.
Para quem não saiba, estamos a falar de actores de Bollywood.
Tenho-me vindo a interessar, assim, por personalidades culturais como Bipasha Basu, Deepika Padnukone e, é claro, Freida Pinto.
Darei conta em breve das conclusões destes meus estudos comparativos.
"A Katrina Kaif deixou o Salman Khan?" pergunto, ao pequeno almoço, face ao "Hindustan Times".
"Há que tempos!" responde a minha Mulher, sempre mais atenta ao real.
Para quem não saiba, estamos a falar de actores de Bollywood.
Tenho-me vindo a interessar, assim, por personalidades culturais como Bipasha Basu, Deepika Padnukone e, é claro, Freida Pinto.
Darei conta em breve das conclusões destes meus estudos comparativos.
Mudança
Nestes últimos dias na Índia, algumas coisas inesperadas estão a suceder na nossa vida quotidiana.
O reflexo normal de procurar um livro para uma referência ou citação depara com a parede vazia, estando os livros já dentro dos caixotes, à espera do contentor. Nem sempre a internet supre a falta (tinha razão um amigo com quem discuti há tempos as vantagens do Google sobre a busca directa nos livros). Reduz-se a vida intelectual aos poucos livros que apressadamente se guardaram para estes tempos de indigência.
Isso leva a lê-los com maior cuidado e vagar, porque a escassez aguça a atenção. Finalmente leio o excelente "Os Despojos da Aliança" de Pedro Aires de Oliveira, o magnífico "Salazar" de Filipe Ribeiro de Menezes e treino a minha futura actividade diplomática num útil livro que os meus filhos me ofereceram no Natal: "Manifester à Paris".
O frio em Deli (12º de máxima, 4º de mínima) excedeu já o de Genebra e de Paris, tendo nós aqui o mesmo modelo de aquecimento que reinava nos invernos portugueses de há uns anos atrás : casas geladas, abertas aos quatro ventos "para arejar", com uns pobres aquecedores eléctricos de dimensões mínimas espalhados pelo espaço máximo. Fechamo-nos em dois quartos mais pequenos (o "bunker 1" e o "bunker 2") e abandonamos aos ventos as salas maiores.
Resta-nos, para as poucas noites em que não temos jantares de despedida, o nosso amigo Dr. House...
O reflexo normal de procurar um livro para uma referência ou citação depara com a parede vazia, estando os livros já dentro dos caixotes, à espera do contentor. Nem sempre a internet supre a falta (tinha razão um amigo com quem discuti há tempos as vantagens do Google sobre a busca directa nos livros). Reduz-se a vida intelectual aos poucos livros que apressadamente se guardaram para estes tempos de indigência.
Isso leva a lê-los com maior cuidado e vagar, porque a escassez aguça a atenção. Finalmente leio o excelente "Os Despojos da Aliança" de Pedro Aires de Oliveira, o magnífico "Salazar" de Filipe Ribeiro de Menezes e treino a minha futura actividade diplomática num útil livro que os meus filhos me ofereceram no Natal: "Manifester à Paris".
O frio em Deli (12º de máxima, 4º de mínima) excedeu já o de Genebra e de Paris, tendo nós aqui o mesmo modelo de aquecimento que reinava nos invernos portugueses de há uns anos atrás : casas geladas, abertas aos quatro ventos "para arejar", com uns pobres aquecedores eléctricos de dimensões mínimas espalhados pelo espaço máximo. Fechamo-nos em dois quartos mais pequenos (o "bunker 1" e o "bunker 2") e abandonamos aos ventos as salas maiores.
Resta-nos, para as poucas noites em que não temos jantares de despedida, o nosso amigo Dr. House...
Wednesday, January 5, 2011
Saturday, January 1, 2011
Um poema de Sophia para o primeiro dia do ano
NESTES ÚLTIMOS TEMPOS
Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças
Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?
Que diremos do lixo do seu luxo – de seu
Viscoso gozo da nata da vida – que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?
Que diremos de sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?
Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?
Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto
Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?
Julho de 1976
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças
Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?
Que diremos do lixo do seu luxo – de seu
Viscoso gozo da nata da vida – que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?
Que diremos de sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?
Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?
Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto
Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?
Julho de 1976
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
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