Wednesday, January 27, 2016

Soneto do croquete (variações Bocage)


Embaixador eu fui: e do croquete
provei sem hesitar as mil maneiras.
Enquanto o mundo me fazia o frete,
com cinismo eu comia e sem fronteiras.

Do Tony não ouvia as melodias,
o povo português eu desprezava:
Ah, se me crestes, ó leitoras pias,
jogai meus versos para as amoras bravas.

Outro peralta fui. Eu desprezei
o que mais sabe e vale o povo meu!
E se em croquetes vãos vida gastei,
o destino me deu inferno e céu.

A reforma e meus dias derradeiros
passarei a ouvir o Quim Barreiros.

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