Sunday, February 1, 2015

Lisboa revisitada


Perdem as casas suas várias cores
e as barcas novas aguardam melhor maré,
à falta de vento.
Deixámo-nos ficar?

Há uma nau que nunca regressou.
Essa será a nossa.

2 comments:

  1. .....O medo ancestral de se afastar e partir, O misterioso receio ancestral à Chegada e ao Novo -Encolhe-nos a pele e agonia-nos, E todo o nosso corpo angustiado sente, Como se fosse a nossa alma, Uma inexplicável vontade de poder sentir isto doutra maneira: Uma saudade a qualquer coisa, Uma perturbação de afeições a que vaga pátria? A que costa? a que navio? a que cais?....

    Álvaro de Campos

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  2. Invisíveis, as barcas já velhas que jamais saíram do cais,
    esperam, desde a partida, o regresso da nau que se transviou...

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