Já voltei a casa, as portas rangem,
o pó tomou conta de todos os móveis,
deixando-me de pé, a balançar as chaves,
e a interrogar-me sobre o que não fiz.
O tempo que resta não é para confissões
nem para ajustes de contas:
pois quem guarda o guardião, quem despe a roupa
das vestais do templo?
A água corre ainda, um fio sequer, de torneiras
em desuso. Respiro e não deixo de olhar.
Até ao fim não deixarei de olhar.
Que trabalho é este, oculta e extinta miséria
sob os nossos passos?
As janelas com os vidros quebrados, plástico
por cima dos horizontes perdidos
da transparência. Porque insistes? Porque ficas
à entrada da casa, perdido no olhar
e na memória do que nunca chegou a ser?
o pó tomou conta de todos os móveis,
deixando-me de pé, a balançar as chaves,
e a interrogar-me sobre o que não fiz.
O tempo que resta não é para confissões
nem para ajustes de contas:
pois quem guarda o guardião, quem despe a roupa
das vestais do templo?
A água corre ainda, um fio sequer, de torneiras
em desuso. Respiro e não deixo de olhar.
Até ao fim não deixarei de olhar.
Que trabalho é este, oculta e extinta miséria
sob os nossos passos?
As janelas com os vidros quebrados, plástico
por cima dos horizontes perdidos
da transparência. Porque insistes? Porque ficas
à entrada da casa, perdido no olhar
e na memória do que nunca chegou a ser?
Bela poesia o meu amigo tem aqui colocado! Dessa "veia" eu tenho mesmo inveja. Libertadora, diga-se.
ReplyDeleteQuerida Helena, eu agora só uso o blog para a poesia. Para graçolas e opiniões (ou indignações, enfim, as que me são permitidas) uso o facebook. E também para dar notícias aos amigos e família.
ReplyDeleteAlcipe você mata-me. Tem Face?
ReplyDeleteQue mais me falta acontecer?!
Tenho o FaceTime, e claro, querida Helena, e só ligar!
ReplyDeleteE sou assíduo no Facebook. Não se tenta?
ReplyDeleteA 'velha senhora' diz--me que saúda o seu Regresso, que muito apreciou, e manda-me enviar-lhe esta espécie de sonetilho, com a promessa de que (palavras da senhora) "não me atreverei mais a misturar brincalhotices de rimalhadeira tonta com poesia a sério":
ReplyDeletesou tentada a comentar
e comento
cada vez que o leio amor
mas obrigo-me a calar
sem lamento
por pudor
que eu só sei é rimalhar
meu azar
mais nem tento
e não ouso rimas pôr
ao dispor
de quem sabe poetar
oxalá que mal não queira
à velha rimalhadeira
O querida velha senhora
ReplyDeletetem aqui ao seu dispor
o blog ( e mais eu fora...)
e no face com amor
a) Alcipe
Encantada com a resposta, a 'velha senhora' abusa:
ReplyDeletesimpático amoroso como sempre o é
contente que me deixa o alcipe meu ao pé
sei-o no face e quase tudo quase sempre
degosto e até comento ás vezes raramente
mas lá não sou anónima e falta-me o véu
da fantasia pra mostrar meu vero eu
aqui posso fingir mentir tudo à vontade
porque é daí que jorra límpida a verdade
...se rimar bem - que rimalhar lá isso ai há de
Errata:
ReplyDeleteNa 4ª linha do ditado da ´velha senhora' deve ler-se "degusto" e não "degosto".
Que me perdoem a senhora e os leitores!
Hum Sr. Embaixador a velha Senhora é mesmo enigmática e ou misteriosa sem véu no face?!
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