Friday, September 26, 2014
Thursday, September 25, 2014
Monday, September 22, 2014
Regresso
Já voltei a casa, as portas rangem,
o pó tomou conta de todos os móveis,
deixando-me de pé, a balançar as chaves,
e a interrogar-me sobre o que não fiz.
O tempo que resta não é para confissões
nem para ajustes de contas:
pois quem guarda o guardião, quem despe a roupa
das vestais do templo?
A água corre ainda, um fio sequer, de torneiras
em desuso. Respiro e não deixo de olhar.
Até ao fim não deixarei de olhar.
Que trabalho é este, oculta e extinta miséria
sob os nossos passos?
As janelas com os vidros quebrados, plástico
por cima dos horizontes perdidos
da transparência. Porque insistes? Porque ficas
à entrada da casa, perdido no olhar
e na memória do que nunca chegou a ser?
o pó tomou conta de todos os móveis,
deixando-me de pé, a balançar as chaves,
e a interrogar-me sobre o que não fiz.
O tempo que resta não é para confissões
nem para ajustes de contas:
pois quem guarda o guardião, quem despe a roupa
das vestais do templo?
A água corre ainda, um fio sequer, de torneiras
em desuso. Respiro e não deixo de olhar.
Até ao fim não deixarei de olhar.
Que trabalho é este, oculta e extinta miséria
sob os nossos passos?
As janelas com os vidros quebrados, plástico
por cima dos horizontes perdidos
da transparência. Porque insistes? Porque ficas
à entrada da casa, perdido no olhar
e na memória do que nunca chegou a ser?
Tuesday, September 16, 2014
Wednesday, September 3, 2014
Poema dos alicerces da vida
Já a vida nao tem alicerces: pássaro sem nexo,
ela conduz-nos a qualquer lugar e também
nao nos faz promessas. Deixa andar.
Todas as coisas serão finalmente reconduzidas
a sua próprio dimensão
e nos próprios, melhor será não esperarmos nada
e agradecermos qualquer gesto de amor ou qualquer acto de camaradagem,
como se realmente o nao merecêssemos, dadiva esplendorosa e gratuita
da nossa vida sem alicerces.
ela conduz-nos a qualquer lugar e também
nao nos faz promessas. Deixa andar.
Todas as coisas serão finalmente reconduzidas
a sua próprio dimensão
e nos próprios, melhor será não esperarmos nada
e agradecermos qualquer gesto de amor ou qualquer acto de camaradagem,
como se realmente o nao merecêssemos, dadiva esplendorosa e gratuita
da nossa vida sem alicerces.
Monday, September 1, 2014
Poema dos alicerces de Baku, prometido ao Carlos Albino
O mausoléu do Xa Sirvan
e igual a tantos túmulos mogois que visitei na Índia.
E as delicadas miniaturas que vejo no museu
são em tudo semelhantes
as que vi na Índia do norte.
Mas já a sepultura do santo sufi me lembra o mosteiro
que existiu na falésia da Arrifana, no Algarve mouro,
e as ruínas que ficaram do hamman
neste palácio imperial, destruído pelo Czar de Todas as Russias
do antigamente,
vem lembrar-me os alicerces mouros de Loule destruídos pelos reis cristãos
e pelos tremores de terra, que ajudam muito
a renovar as civilizações e a limpar as culturas
(tal como as guerras).
Rumi disse " viemos ao mundo para unir, não para dividir".
Mas a beira do mar de Azov preparam-se para continuar a dividir
até a ultima gota de sangue. Aqui e como se estivéssemos longe.
Bebemos bom vinho do pais
e as raparigas passeiam pela avenida de cabeça erguida
e cabelo descoberto, só as turistas turcas e iranianas andam de véu
e pouco se fala aqui da guerra dos russos,
pois jorra o petróleo, o petróleo sobe mais a cabeça
do que o vinho neste pais.
Eu queria falar em alicerces, tinha prometido a um amigo,
mas acabei a olhar para as suaves e firmes raparigas
do Azerbaidjao
e a sonhar com guerras e impérios.
Deus me perdoe...
e igual a tantos túmulos mogois que visitei na Índia.
E as delicadas miniaturas que vejo no museu
são em tudo semelhantes
as que vi na Índia do norte.
Mas já a sepultura do santo sufi me lembra o mosteiro
que existiu na falésia da Arrifana, no Algarve mouro,
e as ruínas que ficaram do hamman
neste palácio imperial, destruído pelo Czar de Todas as Russias
do antigamente,
vem lembrar-me os alicerces mouros de Loule destruídos pelos reis cristãos
e pelos tremores de terra, que ajudam muito
a renovar as civilizações e a limpar as culturas
(tal como as guerras).
Rumi disse " viemos ao mundo para unir, não para dividir".
Mas a beira do mar de Azov preparam-se para continuar a dividir
até a ultima gota de sangue. Aqui e como se estivéssemos longe.
Bebemos bom vinho do pais
e as raparigas passeiam pela avenida de cabeça erguida
e cabelo descoberto, só as turistas turcas e iranianas andam de véu
e pouco se fala aqui da guerra dos russos,
pois jorra o petróleo, o petróleo sobe mais a cabeça
do que o vinho neste pais.
Eu queria falar em alicerces, tinha prometido a um amigo,
mas acabei a olhar para as suaves e firmes raparigas
do Azerbaidjao
e a sonhar com guerras e impérios.
Deus me perdoe...
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