O silêncio repousa sobre a terra,
quando a noite desiste de ser mar
e o coração da gente mais se aferra
à âncora perdida sem lugar.
Embarcação errante a tua vida,
inteira cabe nua neste mar:
que fizeste de ti, canção esquecida
sem sal nem búzios soltos a ecoar?
O erro sem discurso dos meus anos
deu-me estes versos só para partilhar
com quem viveu os mesmos desenganos
e o mesmo porto teve que deixar.
Dedico este soneto a uma terra
que em âncora se faz quando desferra...
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"Graças, Marília bela, graças à tua estrela..."
ReplyDeleteLenabreu
"Graças, Marília bela, graças à tua estrela..."
ReplyDeleteLenabreu
Como sempre, muito bom.
ReplyDeleteJMCPinto
Que bonito
ReplyDeleteIsabel
não é um soneto rigoroso, italiano ABBA ABBA CDC DCD. Tambem não é um soneto inglês.
ReplyDeleteMas é um bonito e bom soneto, ligando a terra e ao mar com um espectador protagonista entre aos 2 elementos
O erro sem discurso dos meus anos é um belo verso sobre o qual muito se poderia pensar, reflectir. Mas seguro que são anos sem erro e com um discurso.
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