Thursday, February 4, 2010

Manhã em Benarés


É sempre longe da margem de cá
e das nossas construções precárias
que se passa a verdadeira vida:
ali onde se troca a moeda da morte
ou simplesmente se escuta a voz grave
do barqueiro
a anunciar-nos o destino.

Mas nós ficamos na margem,
teimosamente do lado de cá.
Não nos despedimos da vida:
ela nos busca
e nos troca, se quiser.


1 comment:

  1. E olha que eu estava conseguindo ir dormir relativamente cedo, mas aí caí aqui e encontrei tanta coisa nova, interessante e bonita que pronto, já passa das cinco e meia e continuo...

    Queria deixar comentários em tudo o que li, mas ficaria ridículo, porque seria um não-acabar de "Maravilhoso!", "Lindo!", "Exatamente!". Então, resumindo:

    -- Os poemas estão extraordinários, de verdade. Em especial a série da Canção do Exílio, muito tocante.

    -- Concordo com a teoria do deslocamento do eixo do mundo as we know it. Talvez seja uma volta que se completa, não? ainda que não em pontos GPSicamente precisos.

    -- Adorei o insight sobre Benares, que resume essa estranheza que a gente sente em relação à religião na India. E fiquei contentíssima em saber que vocês gostaram de lá, embora não tivesse dúvidas quanto a isso.

    No mais, só uma saudade muito grande de vocês e da India. Aproveitem bem o frio!

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