A angústia que nasce num dia de verão
pode bem ser fugidio nevoeiro
a esvair-se no tempo da sua promessa
e a dizer-nos com força que não temos razão
em duvidar da vida e da nossa presença
junto à terra e ao mar, aqui nestas areias
onde o tempo afinal nem começa nem pensa
e o sol tudo apaga em qualquer estação.
Eu lembro Ruy Belo no final deste verão,
mas a vida larguei aqui por esta praia
e o reencontro fez-se contida paixão
com o verso a fluir e a vida tão escassa...
A angústia que nasce num dia de verão
é do tempo e da terra uma só comunhão.
Muito, muito bonito!
ReplyDeletelembro-me desse 8 de agosto de 1978 e de na av de berna passar pela igreja de n s de fátima às 2 da tarde e de lá entrar com o joão m fernandes jorge, etc etc
ReplyDelete“Um Dia Não Muito Perto Não Muito Longe”
ReplyDeleteÀs vezes sabes sinto-me farto
por tudo isto ser sempre assim
Um dia não muito longe não muito perto
um dia muito normal um dia quotidiano
um dia não é que eu pareça lá muito hirto
entrarás no quarto e chamarás por mim
e digo-te já que tenho pena de não responder
de não sair do meu ar vagamente absorto f
arei um esforço parece mas nada a fazer
hás-de dizer que pareço morto
que disparate dizias tu que houve um surto
não sabes de quê não muito perto
e eu sem nada pra te dizer
um pouco farto não muito hirto e vagamente absorto não muito perto desse tal surto
queres tu ver que hei-de estar morto?
Ruy Belo
Subscrevo a minha terna e doce HSC assim como também o bom gosto de Patrício branco
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