Monday, October 22, 2012

Poema interrompido (a memória de M.A.Pina)

Se desta noite o nada nos sobrar,
que diremos da voz que em nós calou
e fez dos nossos gestos um esgar
que a vergonha não viu e não poupou?

Calemos desde já nossos poemas.
A verdade aparece devagar
e não liga a metáforas ou temas,
só nos resta a imagem mais vulgar.

Foi esta noite e o nada que nos fez.
Interrompo o poema desta vez.

5 comments:

  1. Que bonito e "tamanho" o poema interrompido, Solene no respeito, no silêncio das passadas, acompanha o corpo ao repouso e a alma à memória...

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  2. A verdade aparece devagar
    e não liga a metáforas ou temas,
    só resta a imagem mais vulgar.

    Gosto, assim como do incompleto calou não reflexo nem esplicitamene transitivo

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  3. tambem gosto do
    Interrompo o poema desta vez.

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  4. Belo poema. Trespassa emoção.

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