e o nosso coração esquece mágoas
na lucidez sem paz em que ressoa
o quanto o tempo escorre em turvas águas.
Que sempre o nosso riso teve mágoa
a turvar de vazio o que é contente
e sempre o sol morreu desfeito em água
a apontar para nós o que é ausente.
A festa é do fado e de Lisboa
mas a pura alegria de repente
perdeu rimas e tons e se não voa
é porque olhou mais longe que o presente.
Dou-te a festa e o riso que mais dura
mas nunca o nosso mal irá ter cura.
Tão bonito.
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