Wednesday, April 10, 2013

A condução europeia


4 comments:

  1. só depois de reler o bateau ivre posso comentar a bicicleta, o nome da rua, a parede, a direcção proibida, o carrinho e mais alguma coisa que agora não sei que dizer, e pode ser que para mim isto não se aplique à europa mas a outras situações, não sei, não sei, não me precipito...

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  2. Trata-se da melhor forma de ir contra uma parede, ainda por cima com um sinal de sentido proibido à vista : num bateau ivre, talvez?

    É sempre à volta dos caminhos da Europa...

    a) Alcipe

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  3. Não é que à velha senhora lhe deu para implicar consigo, caro ("querido" - escreve e diz ela, carinhosa) Patrício Branco! E não duvide do carinho da senhora, pois até me autorizou a pôr pontos e vírgulas na rimalhice em sua atenção. Mas olhe só:

    precipitou-se querido afinal.
    justificou-se escrever de seguida?
    eu, por velhice, me digo: mais vale
    a versalhice suster quem duvida.
    todas as vezes que me antecipei
    tive revezes que até já nem sei

    (rimalhadeira, sou velha prá dança;
    na brincadeira e à zé gomes ferreira:
    o rimar sempre, porra, também cansa)

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  4. A Humana Súmula

    A Piedade deixaria de existir
    Se não fizéssemos nós os Pobres de pedir;
    E a Compaixão também acabaria
    Se a todos, como nós, feliz chegasse o dia.

    E a paz se alcança com mútuo terror,
    Até crescer o egoísmo do amor:
    A Crueldade tece então a sua rede,
    E lança seu isco, cuidadosa, adrede.

    Senta-se depois com temores sagrados,
    E de lágrimas os chãos ficam regados;
    A raiz da Humildade ali então se gera
    Debaixo do seu pé, atenta, espera.

    Em breve sobre a cabeça se lhe estende
    A sombra daquele Mistério que ofende;
    É aí que Verme e Mosca se sustentam
    Do Mistério que ambos acalentam.

    E o fruto que gera é o do Engano
    Doce ao comer e tão malsano;
    E o Corvo o seu ninho ali o faz
    No mais espesso da sombra que lhe apraz.

    Todos os Deuses, quer da terra quer do mar,
    P'la Natureza esta Árvore foram procurar;
    Mas foi em vão esta procura insana,
    Esta Árvore cresce só na Mente Humana.

    William Blake, in "Canções da Experiência"
    Tradução de Hélio Osvaldo Alves

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