Saturday, December 22, 2012

Dois pesos, duas medidas

Porque tanto ódio e desprezo pelo Aragon, por ter sido comunista e estalinista, quando o fascista Ezra Pound e o  nazi colaborador anti-semita Céline (Bagatelles pour un massacre) são admirados e desculpados por toda a gente? 

3 comments:

  1. É verdade, de facto existem perante as personagens citadas dois pesos e duas medidas.
    Creio que no caso do Louis Aragon seja devido ao facto que muitos críticos e muitos artigos de jornal realçaram a sua faceta de pessoa difícil e sobretudo a sua apetência por tentar destruir a obra de autores de quem não gostava politicamente.
    Pessoalmente considero Aragon um grande poeta, cuja obra merece a devida atenção.

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  2. mas aragon é um dos maiores, sabe-a toda, é erudito e popular, sabe ser s j perse mas também j prevert. on dirait q'on est à berlin, si vous préférez romme, restez-y mon brave homme e logo depois ce que pétain te dit de faire, tu dois en faire le contraire, il dit qu'on est vaincu, tu lui réponds mon cul. ou então c'était le paris de l'an mille, adieu ma vie, adieu ma ville, mas tem o soneto immité de camoëns, todos os que homenagearam camões merecem respeito, e onde está o poema do carnaval de roma que durou 20 anos? não encontro, procuro o do temps deraisonnable, pela poesia dele passa tudo, o amor, a mulher, a guerra, a liberdade, o combate, a morte, elsa, paris e roma, moscovo e berlim, a amizade com pablo neruda e tantos outros, a historia de parte do sec 20, a ocupação alemã, uma arte poética, a rima e a metrica, o soneto, o erotismo, picasso, chaplin, claudel,as viagens, são joão da cruz, desnos, apollinaire, há ali sátira, etc.
    encontro por fim o poema do déraisonnable (bierstube): tout est affaire de décor, changer de lit changer de corps...elle était brune et pourtant blanche, ses cheveux tombaient sur ses hanches...le ciel était gris de nuages, il y volait des oies sauvages, qui criaient la mort au passage...et la nuit montent les civils, remets du rimmel à tes cils...sim, rimmel pode-se usar em poesia, e é a imagem duma mulher bela a que nos aparece, aragon não tinha medo das palavras (tambem pessoa, não usou chevrolet?). ferré e outros cantaram uma versão reduzida do déraisonnable, le roman innachevé, 1956
    sim, é bom lembrar louis aragon, um dos maiores, e não digo nem copio mais, mostrar-nos aqui no blogue um poema escolhido do francês fica agora para alcipe se achar que sim, lembrá-lo foi oportuno.

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  3. É verdade, Alcipe. Eu própria já participei dessa corrente. No meu caso, foi porque me impuseram Aragon como o maior. Reagi. Para mim, à época, nos idos Maios, irritava-me. Hoje leio-o com muita atenção. Mas continuo a ter dificuldades. Lido mal com imposições...
    Celine foi naquela época a minha bola de arremesso contra os intelectuais que me presenteavam com Aragon. Hoje, sei lá porquê, impressiona-me menos. Talvez porque o seu anti semitismo me incomode profundamente.

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