Monday, October 8, 2012

Apoptose


(...) La finance dispose donc des moyens de neutraliser toute tentative de réduire la nocivité de ses pratiques. Elle s’est immunisée contre les efforts engagés par la communauté pour la protéger contre un nouvel effondrement, efforts motivés bien entendu par le souci de se prémunir contre les conséquences économiques et sociales d’une telle catastrophe.
Toute mesure préventive d’un nouveau désastre étant systématiquement désamorcée, celui-ci devient inéluctable. Si les mécanismes par lesquels le monde financier met en œuvre ce comportement suicidaire ne fait pas mystère, sa motivation demeure cependant problématique.
Dans son livre intitulé « Effondrement » (2005), le biologiste Jared Diamond mentionne parmi les raisons pour lesquelles des civilisations anciennes sont mortes, l’incapacité de leurs élites et de leurs gouvernements à se représenter clairement le processus d’effondrement en cours ou, si elles en ont pris conscience, leur incapacité à le prévenir en raison d’une attitude de défense « court-termiste » de leurs privilèges.
Les comportements suicidaires ne sont pas absents du monde naturel : on les rencontre par exemple dans la physiologie de la cellule. C’est le phénomène de l’« apoptose » ou « mort cellulaire programmée », quand la cellule entame son autodestruction parce qu’elle reçoit des messages chimiques signalant la mort inévitable de l’organe auquel elle appartient. Souhaitons que ce n’est pas simplement à cela que nous assistons, Arnold J. Toynbee, illustre philosophe de l’histoire, nous a en effet prévenus : « Les civilisations ne meurent pas assassinées, a-t-il écrit, elles se suicident ».
(Paul Jorion)

6 comments:

  1. Li Toynbee tio e sobrinho. O Alcipe está evidentemente a referir-se ao sobrinho que estudou a pobreza das classes trabalhadoras.
    Mas o mundo deu um tal salto que hoje a "pobreza das classes trabalhadoras" tem, a meu ver, características bastante diferentes.
    Apesar disso continuo a aconselhar aos meus alunos a sua leitura para terem uma noção de perspectiva.

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  2. Refiro-me (refere-se o Jorion) ao Toynbee do "A Study in History", sobrinho do outro Toynbee da história económica.

    Não me refiro só à pobreza das classes trabalhadoras. Refiro-me (citando Jorion, "Misère de la pensée économique") à destruição da economia pelo capital financeiro. Am I crazy? All is possible...

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  3. Correcção: "destruição da economia produtiva pelo capital financeiro desregulado"

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  4. Não, não está louco. Ou então há pelo mundo um bom punhado de loucos governados por iluminados!
    Mas aconselho-o a ler dois outros livros da decada de 50 e do sobrinho, julgo, em que numa espécie de premonição ele diz que a verdadeira guerra do sec XXI não é entre capitalismo e comunismo, mas ente o cristianismo e islamismo. Isto em 1950, era eu uma menina...

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  5. Fui visitar a velha senhora ao seu ' casebre', como ela chama à vasta mansão famíliar onde vive. Pois a senhora não pára quieta nem calada, quer ação, revolução, mexe-se, bebe-lhe, berra palavrões impublicáveis, e que assim não pode ser, e que ninguém aguenta mais, e seus isto, e seus aquilo. E sonetilha coisas destas, que me dita enraivecida:

    gente mais quadrangular
    porra merda mas onde é que
    posso já ir eu lutar
    levo estetoscópio e leque
    (leque é só pra rimalhar)
    levo amor dòtora queque
    quero amar sempre apesar
    de que tudo em mim se seque
    minha face meu penar
    e talvez até lá peque
    com moleque que encontrar
    quem não ama põe em xeque
    o que deve ter lugar
    lutar bem por muito amar

    Nota: A senhora, que adora e se alimenta de poesia, mandou-me que não enviasse isto como comentário ao post de ontem, pois não poderia justapor 'rimalhices' suas - que tem por meros exercícios de palavras cruzadas - a um poema a sério, ainda por cima de Ruy Belo, um dos seus poetas portugueses favoritos ('Peregrino e Hóspede sobre a Terra', in 'Transporte no Tempo', 1973).

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  6. Mas porque não haverá
    a nossa velha Senhora de amar?
    E se as carnes lhe secam,
    Isso não é problema.
    Moleques ou idosos
    é que não faltam por aí.
    Peque, velha Senhora, peque.
    Com gosto e sem cheque
    Sem que do xeque se importe.
    A vantagem de ser velho é pecar sem dar por isso!

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