Wednesday, October 20, 2010

Magistratura e poesia: para não nos levarmos demasiado a sério

Enquanto isso, o procurador solicitou ao funcionário para lhe trazer o casaco do gabinete, para que pudesse tirar do bolso e ler algumas das quadras que escrevera e que quis que ficassem “expostas em verso”. E que passou a ler assim que a magistrada regressou à sala de audiências:

Adoro levantar cedo

E ter a obrigação cumprida

dos falsos tenho medo

são o pior que há na vida

(...)

São sete e pouco da manhã

Viajo de metro para o trabalho

Fi-lo ontem, falo-ei amanhã

Só sou aquilo que valho

Os comboios já vão cheios

Muitos se levantam cedo

Nas mulheres aprecio os seios

Mas têm outro enredo

(...)

Viajam brancos e pretos

Nacionais e estrangeiros

Alguns vivem em “guetos”

Outros em lugares foleiros

(...)

Entram uns, saem outros

É o frenesim da manhã

Levam-se alguns encontrões

Levo eu, e mulher minha.

E com este verso anunciou o procurador ser tudo “quanto a quadras”

(PUBLICO de hoje)

4 comments:

  1. O falo-ei (em vez de fá-lo-ei) tem obviamente um sentido fálico.

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  2. forma simples e humilde, a quadra. Mas se bem fabricada, podem sair maravilhas de ritmo e sentido (como estas)

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  3. Por amor de Deus, tudo isto é ridículo... é ironia sua, espero, Patrício Branco!

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  4. gosto destas quadras, não é ironia.
    a quadra pode ter uma graça especial. até f pessoa as escreveu.

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