tag:blogger.com,1999:blog-5907781912939155371.post2107545493283281280..comments2023-10-26T11:15:19.463+02:00Comments on Tim Tim no Tibet: Notícias do meu paísAlcipehttp://www.blogger.com/profile/15543335859350304917noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-5907781912939155371.post-78848827606858409122011-10-23T21:07:16.065+02:002011-10-23T21:07:16.065+02:00O comentário de Julia que tão bem assenta a Manuel...O comentário de Julia que tão bem assenta a Manuel Alegre leva-me, no caso, a preferir sempre o poeta ao político.Helena Sacadura Cabralhttps://www.blogger.com/profile/11916182095425230786noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5907781912939155371.post-87326952194382099432011-10-22T18:23:01.951+02:002011-10-22T18:23:01.951+02:00Isto de ter dupla personalidade um dia ou outro &q...Isto de ter dupla personalidade um dia ou outro "dá bota"... o comentário das 4:02 PM...uma outra identidade que também faz parte da minha vida ; )Julia Macias-Valethttps://www.blogger.com/profile/11463387212600100889noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5907781912939155371.post-30961909583401453572011-10-22T16:02:19.811+02:002011-10-22T16:02:19.811+02:00«Trova do Vento que Passa»
Pergunto ao vento que ...«Trova do Vento que Passa»<br /><br />Pergunto ao vento que passa<br />notícias do meu país<br />e o vento cala a desgraça<br />o vento nada me diz.<br /><br />Pergunto aos rios que levam<br />tanto sonho à flor das águas<br />e os rios não me sossegam<br />levam sonhos deixam mágoas.<br /><br />Levam sonhos deixam mágoas<br />ai rios do meu país<br />minha pátria à flor das águas<br />para onde vais? Ninguém diz.<br /><br />Se o verde trevo desfolhas<br />pede notícias e diz<br />ao trevo de quatro folhas<br />que morro por meu país.<br /><br />Pergunto à gente que passa<br />por que vai de olhos no chão.<br />Silêncio -- é tudo o que tem<br />quem vive na servidão.<br /><br />Vi florir os verdes ramos<br />direitos e ao céu voltados.<br />E a quem gosta de ter amos<br />vi sempre os ombros curvados.<br /><br />E o vento não me diz nada<br />ninguém diz nada de novo.<br />Vi minha pátria pregada<br />nos braços em cruz do povo.<br /><br />Vi minha pátria na margem<br />dos rios que vão pró mar<br />como quem ama a viagem<br />mas tem sempre de ficar.<br /><br />Vi navios a partir<br />(minha pátria à flor das águas)<br />vi minha pátria florir<br />(verdes folhas verdes mágoas).<br /><br />Há quem te queira ignorada<br />e fale pátria em teu nome.<br />Eu vi-te crucificada<br />nos braços negros da fome.<br /><br />E o vento não me diz nada<br />só o silêncio persiste.<br />Vi minha pátria parada<br />à beira de um rio triste.<br /><br />Ninguém diz nada de novo<br />se notícias vou pedindo<br />nas mãos vazias do povo<br />vi minha pátria florindo.<br /><br />E a noite cresce por dentro<br />dos homens do meu país.<br />Peço notícias ao vento<br />e o vento nada me diz.<br /><br />Mas há sempre uma candeia<br />dentro da própria desgraça<br />há sempre alguém que semeia<br />canções no vento que passa.<br /><br />Mesmo na noite mais triste<br />em tempo de servidão<br />há sempre alguém que resiste<br />há sempre alguém que diz não.<br /><br />Manuel AlegreAPE Boileauhttps://www.blogger.com/profile/09113656322352738380noreply@blogger.com